domingo, 5 de fevereiro de 2017

A História do Soul





Soul (em inglês: alma) é um gênero musical dos Estados Unidos que nasceu do rhythm and blues e do gospel durante o final da década de 1950 e início da década de 1960 entre os negros. Durante a mesma época, o termo soul já era usado nos Estados Unidos como um adjetivo usado em referência ao afro-americano, como em "soul food" ("comida de alma"). Esse uso apareceu justamente numa época de vários movimentos de liberalismo social, tanto com a revolução dos jovens com o uso das drogas, como os movimentos antiguerra e antirracial.
Por consequência, a "música soul" nada mais era que uma referência a música dos negros, independente de gênero. Durante a década de 1960, surgiu até o programa de televisão estadunidense Soul Train, que apresentava os sucessos das canções dos negros daquele país, independente do gênero do sucesso musical.
Ainda no rhythm and blues, a popular dupla Sam & Dave escreveu um sucesso que ressurgiu mais tarde no filme Blues Brothers, no qual interpretam a canção "Soul Man". Sua letra cita "(…) eu sou um homem negro (…)".

A apresentação da música soul é emotiva; a melodia é bem ornamental misteriosa ornamentada e com improvisações, rodopios corporais do(a) cantor(a) e efeitos sonoros dos instrumentos. Os ritmos pegam facilmente, acentuados com o bater de palmas e os movimentos plásticos da coreografia são detalhes importantes. Outras características estilísticas importantes são as perguntas e respostas entre o cantor solista e o grupo coral, no estilo responsorial, e uma interpretação dramática do vocalista principal. A música soul normalmente também apresenta cantores acompanhados por uma banda tradicionalmente composta de uma seção rítmica e de metais.


Subgêneros:
  • Soul de Detroit (Motown)
Dominados por Berry Gordy e sua gravadora Motown, o soul de Detroit é fortemente rítmico e influenciado pelo gospel. Freqüentemente inclui acompanhamento com palmas e uma forte linha de baixo, e também inclui sons de violinos, sinos e outros instrumentos não-tradicionais. A Motown tinha sua própria banda, chamada The Funk Brothers. Outros artistas e grupos: Marvin Gaye, The Temptations, Smokey Robinson, Gladys Knight & the Pips, Martha Reeves & The Vandellas, The Marvelettes, Mary Wells, Diana Ross (e o grupo The Supremes), The Jackson 5, The Four Tops e os compositores Brian Holland, Lamont Dozier e Eddie Holland|Holland.[3]

  • Deep soul e southern soul
Os termos deep soul e southern soul geralmente se referem a um agitado e energético estilo de soul, combinando a energia do R&B com a pulsante música gospel do sul dos Estados Unidos. O selo Stax Records de Memphis no Tenesse, nutriu um som distinto, que incluía a mixagem dos vocais mais ao fundo da gravação que a maioria das gravações de R&B contemporâneo, usando vibrantes passagens de trompa no lugar dos vocais de fundo, e um foco na extremidade mais baixa do espectro de freqüência. A grande maioria dos lançamentos da Stax foram acompanhadas pelas bandas de casa, Booker T and the MGs (com Booker T. Jones, Steve Cropper, Donald "Duck" Dunn e Al Jackson) e os Memphis Horns (uma parte da secção de metais dos Mar-Keys).

  • Soul de Memphis
Geralmente se refere ao soul produzido pela gravadora Stax Records, em Memphis. A Stax deliberadamente cultivava um soul bem característico, o que incluía a colocação dos vocais bem atrás durante a mixagem da gravação do que em outros discos de R&B da época, o uso de metais em parte da gravação no lugar dos vocais de fundo, e um foco na parte mais baixa do espectro de freqüências sonoras musicais (sons graves). A grande maioria dos lançamentos da Stax foram acompanhadas da banda Booker T and the MGs (da própria gravadora, que incluía lendas do soul como Booker T. Jones, Steve Cropper, Donald "Duck" Dunn e Al Jackson) e a seção de metais do grupo The Bar-Kays. O selo contava ainda com Solomon Burke, Otis Redding, Carla Thomas, Sam & Dave, Rufus Thomas, William Bell e Eddie Floyd entre seus astros. (Quem se interessar pela história da gravadora Stax pode consultar o livro de Peter Guralnik intitulado, em inglês, Sweet Soul Music.
  • Soul de Chicago

O soul de Chicago geralmente tinha influência da música gospel, mas o grande número de gravadoras com sede na cidade tenderam a produzir um som mais diversificado do que em outras cidades. Vee Jay Records, que durou até 1966, produziu gravações de Jerry Butler, Betty Everett, Dee Clark, e Gene Chandler. A Chess Records, um selo principalmente de blues e rock and roll, produziu um grande número de artistas de soul. Mayfield não só marcou muitos sucessos com seu grupo, The Impressions, mas escreveu muitas canções de sucesso para os artistas de Chicago e produziu sucessos nos seus selo próprios para The Fascinations e os Five Stairsteps.
  • Soul de Nova Orleans
O cenário soul de Nova Orleans saiu diretamente da era rhythm and blues, quando artistas como Little Richard, Fats Domino e Huey Piano Smith tiveram um enorme impacto sobre as paradas de pop e R&B e uma enorme influência direta para o nascimento do funk. O principal arquiteto do soul da Crescent City foi compositor, arranjador e produtor Allen Toussaint. Ele trabalhou com artistas como Irma Thomas ("a Rainha do Soul de New Orleans"), Jessie Hill, Kenner Kris, Benny Spellman, e Ernie K. Doe no selo Minit/Instant cheio de produções de um distinto som soul de Nova Orleans, gerando muitos hits americanos. Outros notáveis hits de Nova Orleans vieram de Robert Parker, Betty Harris e Aaron Neville. Enquanto as gravadoras em Nova Orleans, praticamente desapareceram em meados da década de 1960, os produtores da cidade continuaram a gravar artistas soul de Nova Orleans para outras gravadoras, principalmente gravadoras de Nova Iorque e Los Angeles, notávelmente Lee Dorsey para a nova-iorquina Amy Records e os Meters do selo baseado em Nova York Josie e sua baseada em Los Angeles Reprise.

  • Soul da Filadélfia
Chamado em inglês de "Philly Sound", seus arranjos de metais podem ser reconhecidos em gravações de bandas como MFSB, Harold Melvin & The Blue Notes, The O' Jays,The Stylistics ou The Spinners, e de músicos como Billy Paul (e suas gravações mais conhecidas: "Your Song" (de Elton John, de 1972, e "Only The Strong Survive", de 1977). A "mão" dos compositores Kenneth Gamble e Leon Huff está bem presente no "Philly Sound". Também, o produtor, arranjador e compositor Thom Bell teve participação crucial neste movimento. Ele e a letrista Linda Wake Creed compuseram várias canções que tornaram muito popular o "Philly Sound" nos Estados Unidos e ao redor do mundo.

  • Soul psicodélico
O soul psicodélico foi uma mistura de rock psicodélico e da soul music no final dos anos 60, que pavimentou o caminho para o surgimento do mainstream funk, alguns anos depois.
Tocado por artistas brancos, o chamado "blue-eyed soul" é caracterizado por ritmos cativantes e melodias suaves. Surgiu de uma mistura derivada do "rockabilly" de Elvis Presley e Bill Haley e das músicas de (Dion DeMucci) e do grupo The Four Seasons, de Frankie Valli. Outros artistas e grupos incluem os Righteous Brothers, Daryl Hall & John Oates, Amy Winehouse, The Rascals, Mitch Ryder & the Detroit Wheels, Boy George, Mark Ronson, Eric Burdon, Wild Cherry, The Blues Brothers, Average White Band, George Michael, Rick Astley, Annie Lennox, Van Morrison, Joss Stone, Adele, Selah Sue, Duffy, Bruno Mars e Dusty Springfield. O álbum de David Bowie intitulado Young Americans é considerado um clássico tardio do gênero.[3]
  • Soul britânico
O soul tem sido uma grande influência na música popular britânica desde a década de 1960, incluindo bandas da invasão britânica, sendo a mais importante os Beatles.[4] Havia um punhado de importantes bandas de blue-eyed soul britânico, incluindo Dusty Springfield e Tom Jones.[5] O soul americano era extremamente popular entre algumas sub-culturas jovens, como os movimentos northern soul e modern soul, mas um gênero clara de soul britânico não surgiu até os anos 1980, quando uma série de artistas como Annie Lennox, George Michael, Sade, Simply Red, Lisa Stansfield e Soul II Soul fizeram sucesso comercial.[6] A popularidade de artistas de soul britânicos nos Estados Unidos, mais notavelmente Adele, Amy Winehouse, Dionne Bromfield, Estelle, Joss Stone e Leona Lewis levou a falar de uma terceira invasão britânica ou invasão soul nos anos 2000,[7][8] sendo a britânica Amy Winehouse considerada a desencadeadora dessa nova invasão.[9]
  • Northern soul e modern soul
O termo northern soul foi cunhado pelo jornalista Dave Godin e popularizada em 1970, através de sua coluna na revista Blues e Soul.[10] O termo refere-se a música soul rara que era tocada por DJs em casas noturnas no norte da Inglaterra. Os playlists inicialmente consistiam em gravações obscuras da década de 60 e início da década de 70 de soul americano com uma batida uptempo, como os da Motown Records e selos mais obscuros, como o Okeh Records. O modern soul foi desenvolvido quando DJs de northern soul começaram a procurar em lojas de discos nos Estados Unidos e Reino Unido por música que era mais complexa e contemporânea. O resultado foi um som mais rico, que era mais avançado em termos de tecnologia Hi-Fi e rádio FM.
  • Neo soul
O termo neo soul foi cunhado pelo produtor de marketing e executivo de gravadora Kedar Massenburg para descrever uma mistura musical de vocais e instrumental no estilo do soul dos anos 70 com o som R&B contemporâneo, batidas hip hop e interlúdios poéticos. O estilo foi desenvolvido entre o início e meados dos anos 90. Um elemento-chave no neo soul é uma dose pesada de Fender Rhodes ou Wurlitzer amortecidos sobre um suave, embalada interação entre a bateria (geralmente com um som de aro de caixa batido) e um baixo abafado e profundamente funky. O som do piano Fender Rhodes dá à música um caráter quente e orgânico.
  • New Jack Swing e nu soul
Apesar de se dizer que surgiram em meados dos anos 90, os elementos do "nu soul", uma mistura dos vocais R&B com a batida do hip hop e raps, apareceu inicialmente em fins dos anos 80 com artistas como Keith Sweat, Alexander O'Neal e The Force M.D.s. Durante o início dos anos 90, En Vogue e a britânica Lisa Stansfield continuaram a aproximar o que era chamado New Jack Swing do neo soul, que eram gêneros diferentes na época em que Michael Jackson (com o disco Dangerous), D'Angelo, Mary J. Blige, Lauryn Hill, Janet Jackson e Alicia Keys começaram a popularizar o som. Outros artistas e grupos: G.A.T., Jill Scott, LeVert, Jaguar Wright, Erykah Badu, Adriana Evans e outros.[3]

  • Quiet Storm
Normalmente considera-se que surgiu com Smokey Robinson em "Quiet Storm", o gênero do mesmo nome é suave e relaxante, com artistas como Anita Baker, Luther Vandross, Stevie Wonder, Mariah Carey, Whitney Houston e Sade Adu.

  • Nu-jazz e soulful eletrônica
Muitos artistas em vários gêneros de música eletrônica (como House music, Deep House, drum and bass, UK garage e downtempo) são fortemente influenciados pelo soul, e tem produzido muitas composições inspiradas no soul.

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